O cisto pilonidal é uma doença inflamatória crônica da região sacrococcígea, com etiologia multifatorial, envolvendo fatores como fricção, penetração de pelos e predisposição genética. O tratamento varia conforme a apresentação clínica (aguda, crônica, recorrente) e a complexidade da lesão.
Modalidades Terapêuticas
1. Drenagem de Abscesso
- Indicado em casos agudos com coleção purulenta.
- Procedimento simples, mas não definitivo.
- Recidiva comum se não houver abordagem cirúrgica subsequente.
2. Excisão Cirúrgica Convencional
- Técnica tradicional com remoção completa da lesão.
- Pode ser realizada com fechamento primário ou cicatrização por segunda intenção.
- Alta taxa de complicações quando o fechamento é feito na linha média.
3. Técnicas de Retalho
- Retalho de Limberg e técnica de Bascom são as mais utilizadas.
- Reduzem tensão na ferida e deslocam a cicatriz da linha média.
- Menor taxa de recidiva e melhor resultado estético.
4. Tratamentos Minimamente Invasivos
- Incluem pit picking, laser, fenol e curetagem endoscópica.
- Menor dor e tempo de recuperação.
- Indicação restrita a casos simples e não recorrentes.
Dificuldades Terapêuticas
- Ausência de consenso universal sobre a melhor técnica.
- Classificação clínica variável, dificultando padronização.
- Recidiva frequente, especialmente em técnicas convencionais.
- Adesão ao pós-operatório (depilação, higiene) é essencial, mas nem sempre seguida.
- Impacto psicossocial significativo em pacientes jovens.
Classificação Clínica do Cisto Pilonidal (Sociedade Holandesa)
Essa classificação busca orientar o tratamento com base na complexidade da lesão, dividindo os casos em cinco tipos:
Tipo | Descrição |
Ia | Orifícios no sulco interglúteo, assintomáticos |
Ib | Orifícios no sulco interglúteo, sintomáticos |
II | Abscesso pilonidal agudo |
III | Lesão complexa com orifícios laterais e tecido de granulação |
IV | Recorrência após tratamento cirúrgico prévio |
V | Ferida crônica que não cicatriza após cirurgia anterior |
Essa classificação é útil para estratificar o risco, orientar o tipo de tratamento (conservador, minimamente invasivo ou cirúrgico) e evitar abordagens desnecessárias em casos simples.
Referências Bibliográficas
- Steele SR, Perry WB, Mills S, Buie WD. Practice parameters for the management of pilonidal disease. Dis Colon Rectum. 2013;56(7):1021–7.
- UpToDate. Pilonidal disease. [Internet]. Waltham (MA): Wolters Kluwer Health; 2025 [citado 2025 Ago 24]. Disponível em: https://www.uptodate.com
- Medscape. Pilonidal Cyst and Sinus. [Internet]. New York: WebMD LLC; 2025 [citado 2025 Ago 24]. Disponível em: https://www.medscape.com
- Victer F. Guideline sobre cistopilonidal. Portal Afya [Internet]. 2025 Jan 8 [citado 2025 Ago 24]. Disponível em: https://portal.afya.com.br/cirurgia/guideline-sobre-cistopilonidal
- Doll D, Luedi MM, Evers T, Matevossian E, Wound Management Working Group. The role of pit picking surgery in pilonidal sinus disease: a meta-analysis. Int J Surg. 2018;55:101–6.
- Guner A, Kaya A, Ozkan Z, et al. Minimally invasive treatment of pilonidal disease: laser therapy. Lasers Med Sci. 2016;31(4):689–92.
- American Society of Colon and Rectal Surgeons. Clinical Practice Guidelines for the Management of Pilonidal Disease [Internet]. ASCRS; 2019 [citado 2025 Ago 24]. Disponível em: https://staging.fascrs.org/healthcare-providers/education/clinical-practice-guidelines
- Ansari P. Doença pilonidal. MSD Manual – Profissionais de Saúde [Internet]. 2023 [citado 2025 Ago 24]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-anorretais/doen%C3%A7a-pilonidal