Um dos muitos aspectos importantes do tratamento da doença hemorroidária é, ao meu ver, o entendimento, por parte dos pacientes, de que as hemorroidas não são apenas veias.
O conceito de conexões arteriovenosas e o componente de tecido conectivo são relevantes no tocante ao aspecto degenerativo das estruturas, que vão “envelhecendo” com o tempo e perdendo suas funções.
No caso das hemorroidas, o fluxo sanguíneo nos vasos é afetado pela dilatação, assim como ocorre a perda de sustentação do tecido conectivo devido à degradação do colágeno, o que leva à tendência ao prolapso (descida dessas estruturas) para fora do canal anal.
Outro ponto importante é a classificação entre hemorroidas internas e externas, delimitadas pela linha pectínea (linha de separação entre o revestimento interno do intestino e a pele).
A doença hemorroidária é conceituada como uma alteração dessas estruturas anatômicas, com sintomas como: sangramento (80–90%), prolapso (30–50%), dor anal, prurido e secreção anal (umidade local).
É importante, também, salientar o aspecto da localização da hemorroida — se é interna, externa ou, em casos avançados, mista.
Para cada aspecto da doença, há mais de uma opção terapêutica, dependendo do paciente e da expertise do coloproctologista em determinada técnica. Lembro que, em alguns casos, existe a necessidade de associação de técnicas.
Portanto, o tratamento da doença hemorroidária exige avaliação individualizada, compreensão da anatomia e da fisiologia envolvidas, e a escolha criteriosa das melhores opções terapêuticas para cada paciente, sempre visando resultados eficazes e preservação das estruturas quando possível.