Toda hérnia de parede abdominal deve ser operada?

Indicações Cirúrgicas de Hérnias Abdominais, Umbilicais e Inguinais 1. Introdução As hérnias da parede abdominal representam uma das causas mais comuns de cirurgia eletiva em adultos. As principais são: hérnia inguinal, umbilical e incisional. A decisão cirúrgica baseia-se em sintomas, risco de complicações e impacto funcional. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH) e de entidades internacionais como a European Hernia Society (EHS) e a Americas Hernia Society (AHS) orientam o manejo baseado em evidências. 2. Indicações Cirúrgicas A. Hérnia Inguinal B. Hérnia Umbilical C. Hérnia da Parede Abdominal (Incisional e Epigástrica) 3. Achados Clínicos em Pacientes Não Operados 4. Achados Radiológicos A. Ultrassonografia B. Tomografia Computadorizada C. Ressonância Magnética 5. Conclusão A cirurgia de hérnia é indicada com base em sintomas, risco de complicações e impacto funcional. A observação clínica e radiológica é válida em casos selecionados, mas requer acompanhamento regular. O uso de diretrizes atualizadas garante segurança e eficácia no manejo. Referências

Qual a frequência que você deve realizar a sua colonoscopia? Precisa ser todo ano se tenho polipos?

Rastreamento e Seguimento dos Pólipos Colorretais: Diretrizes Internacionais 1. Introdução Os pólipos colorretais são lesões precursoras do câncer colorretal (CCR), terceira causa mais comum de morte por câncer no mundo ocidental. O rastreamento e seguimento adequado dessas lesões é essencial para reduzir a incidência e mortalidade do CCR. As diretrizes internacionais recomendam estratégias baseadas no tipo histológico, tamanho, número de pólipos e fatores de risco individuais. 2. Rastreamento Inicial do Câncer Colorretal A. População de Risco Médio B. População de Alto Risco 3. Classificação dos Pólipos e Implicações no Seguimento Tipo de Pólipo Características Risco de Progressão Intervalo de Seguimento Hiperplásico (<10 mm, reto) Não neoplásico Baixo 10 anos Adenoma tubular (<10 mm, único) Neoplásico, baixo grau Moderado 5 a 10 anos Adenoma viloso ou >10 mm Neoplásico, alto grau Alto 3 anos Adenoma serrilhado sessil Potencial maligno variável Alto 3 a 5 anos ≥3 adenomas ou ≥10 mm Alto risco Alto 3 anos Fonte: ESGE, ACG, UFRGS 4. Diretrizes Europeias (ESGE) 5. Diretrizes Americanas (ACG, USPSTF) 6. Conclusão O rastreamento e seguimento dos pólipos colorretais deve ser individualizado, considerando tipo histológico, número de lesões, idade e histórico familiar. A adesão às diretrizes internacionais permite uma abordagem segura, eficaz e custo-benefício para prevenção do câncer colorretal.  Referências

Urgência Intestinal Pós-Refeição: Entenda o Reflexo Gastrocólico

Você sabia que algumas pessoas sentem necessidade e, até mesmo, urgência evacuatória após uma refeição. 1. Educação do Paciente 2. Orientações Dietéticas Objetivo: Modular o reflexo gastrocólico e reduzir urgência evacuatória. 3. Reeducação Intestinal Objetivo: Reduzir urgência e melhorar controle evacuatório. 4. Condutas Farmacológicas (se necessário) Somente se medidas comportamentais forem insuficientes. 5. Acompanhamento  Referências

Probióticos em Gastroenterologia: Aplicações Clínicas e Considerações de Segurança

Introdução Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Na gastroenterologia, seu uso tem sido amplamente estudado em diversas condições clínicas, com destaque para doenças inflamatórias intestinais, síndrome do intestino irritável, diarreia associada a antibióticos e infecção por Clostridioides difficile. Entretanto, apesar da grande propaganda em relação à eles as evidências científicas robustas ainda são limitadas em sua utilização na prática clínica. Probióticos com Evidência Científica Relevante Diversas cepas probióticas têm sido avaliadas em estudos clínicos randomizados. Abaixo, correlacionamos algumas delas com patologias específicas: 1. Diarreia associada a antibióticos (DAA) 2. Infecção por Clostridioides difficile 3. Doença inflamatória intestinal (DII) 4. Síndrome do intestino irritável (SII) Mecanismos de Ação Os probióticos atuam por meio de: Efeitos Colaterais e Riscos do Uso Indiscriminado Apesar dos benefícios, o uso indiscriminado de probióticos pode acarretar efeitos adversos, especialmente em pacientes imunocomprometidos ou com barreira intestinal comprometida: Considerações Finais O uso de probióticos em gastroenterologia deve ser baseado em evidências científicas robustas e orientado por profissionais de saúde. A escolha da cepa, dose e duração do tratamento são fatores críticos para a eficácia terapêutica e segurança do paciente. Referências

Medicina Alternativa e Complementar em Distúrbios Gastrointestinais: Evidências Científicas Atuais

A medicina alternativa e complementar (MAC) tem ganhado destaque como abordagem coadjuvante no manejo de distúrbios gastrointestinais (DGIs), especialmente diante da crescente prevalência de condições como gastrite, síndrome do intestino irritável (SII), doença inflamatória intestinal (DII) e dispepsia funcional. Diversas substâncias naturais têm demonstrado eficácia clínica, com respaldo em estudos randomizados e revisões sistemáticas. 1. Fitoterápicos e Ervas Medicinais 2. Suplementos Alimentares 3. Eletrólitos e Hidratação Conclusão A integração de terapias complementares à prática gastroenterológica convencional pode oferecer benefícios significativos, especialmente em pacientes com intolerância a medicamentos ou em busca de abordagens mais naturais. A escolha deve ser baseada em evidências científicas robustas, respeitando a individualidade e segurança do paciente. Referências

Como Usar seu Plano de Saúde com Consciência e Eficiência

O sistema de saúde suplementar — os chamados convênios médicos — oferece acesso facilitado a consultas, exames e atendimentos especializados. No entanto, o uso excessivo ou inadequado desses recursos pode gerar custos elevados, sobrecarga dos serviços e até prejuízos à sua própria saúde.  1. Use seu plano com propósito, não por impulso Exemplo: Sentir dor abdominal leve não significa que você precisa consultar um gastroenterologista, um coloproctologista e um nutricionista ao mesmo tempo.  2. Exames: qualidade é melhor que quantidade Exames desnecessários expõem o paciente a radiação, contrastes, custos extras e ansiedade por achados irrelevantes.  3. Pronto Atendimento: só em caso de urgência Dica: Para sintomas leves, agende consulta eletiva ou procure orientação por telemedicina, se disponível.  4. O impacto financeiro do uso indevido Um plano de saúde é um sistema coletivo. O uso consciente de cada beneficiário contribui para a sustentabilidade do serviço.  5. Dicas práticas para o uso consciente Situação Conduta recomendada Sintoma leve Agende consulta com clínico geral Exame solicitado Pergunte sobre necessidade e validade Consulta com especialista Verifique se há encaminhamento médico Pronto atendimento Use apenas em casos urgentes Durante a consulta Priorize o problema com maior urgência   Organise uma lista de seus medicamentos usuais Organise uma lista com seus antecedentes médicos Exames antigos Leve sempre às novas consultas  Referências

Inteligência Artificial na Saúde Digestiva: Cuidados no Uso por Pacientes

Com o avanço da tecnologia, pacientes têm cada vez mais acesso a ferramentas de inteligência artificial para interpretar sintomas, sugerir diagnósticos e até recomendar tratamentos. Aplicativos, chatbots e plataformas online prometem respostas rápidas e personalizadas. No entanto, o uso direto da IA pelo paciente exige cautela, especialmente em áreas complexas como gastroenterologia e coloproctologia. 1. IA não substitui consulta médica Ferramentas de IA podem ajudar a entender sintomas como dor abdominal, alterações nas fezes ou refluxo, mas não devem ser usadas como substitutas da avaliação médica presencial. A interpretação de sinais clínicos exige exame físico, histórico detalhado e, muitas vezes, exames complementares. Mito comum: “Se a IA diz que é gastrite, posso começar o tratamento.” Realidade: A IA pode sugerir possibilidades, mas não confirma diagnóstico. O uso indevido pode atrasar o tratamento correto. 2. Riscos de autodiagnóstico e automedicação Algoritmos podem gerar falsos positivos ou negativos, levando o paciente a ignorar sintomas graves ou iniciar tratamentos inadequados. Isso é especialmente perigoso em doenças como: Além disso, a automedicação guiada por IA pode causar efeitos adversos, como uso indevido de laxantes, antiácidos ou antibióticos. 3. Privacidade e proteção de dados Ao inserir sintomas ou dados clínicos em plataformas de IA, o paciente pode estar compartilhando informações sensíveis. É essencial verificar: A legislação brasileira (LGPD) exige que o paciente tenha controle sobre seus dados, mas nem todas as plataformas cumprem essas normas.  4. Escolha de fontes confiáveis Nem toda IA disponível ao público é validada por sociedades médicas. O paciente deve buscar ferramentas: Evite apps que prometem “diagnóstico instantâneo” ou “cura natural garantida”.  5. Uso responsável e complementar A IA pode ser útil para: Mas sempre como complemento, nunca como substituto da relação médico-paciente.  Dicas Práticas Situação O que fazer Dor abdominal persistente Procure um médico, não confie apenas na IA Aplicativo sugeriu “gastrite” Use como hipótese, mas confirme com exame IA recomendou dieta Verifique com nutricionista ou gastroenterologista Plataforma pede CPF e dados clínicos Leia a política de privacidade antes de aceitar Fontes Médicas Confiáveis  Referências

Canabidiol e o Trato Digestivo Humano: Benefícios e Malefícios

Nos últimos anos, a terapêutica canabidióide aumentou seu papel no tratamento de diversas enfermidades. Torna-se relevante o entendimento de sua ação, no sistema digestório, para possíveis efeitos indesejados. O canabidiol (CBD), um dos principais fitocanabinoides da Cannabis sativa, tem sido estudado por seu potencial terapêutico em diversas condições gastrointestinais. Sua ação ocorre principalmente por meio da modulação do sistema endocanabinoide, presente em todo o trato digestivo.  Boca e Esôfago Benefícios: Malefícios:  Estômago Benefícios: Malefícios:  Intestino Delgado Benefícios: Malefícios:  Intestino Grosso Benefícios: Malefícios:  Fígado e Pâncreas Benefícios: Malefícios:  Considerações Finais O canabidiol apresenta um perfil promissor no manejo de doenças gastrointestinais, especialmente inflamatórias e funcionais. No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente avaliado, considerando potenciais efeitos adversos, interações medicamentosas e a ausência de consenso definitivo em algumas indicações. As evidências atuais são baseadas em estudos clínicos preliminares, revisões sistemáticas e posicionamentos de entidades como a American Gastroenterological Association e a European Society of Gastroenterology, que recomendam cautela e acompanhamento médico rigoroso. Portanto, é sempre necessário uma conversa clara e aberta com um médico especialista para avaliar prós e contras da terapêutica canabidióide.  Referências